A aprovação do sistema de
cotas para o ingresso em universidades federais tem causado grandes polêmicas,
sendo três assuntos os mais especulados: o reconhecimento da péssima qualidade
de ensino das escolas públicas, o preconceito e apenas as instituições ITA e
IME ficarem livres das cotas.
Uma ação mal pensada e mal
planejada pode causar uma conseqüência pior do que a suposta no início. A
criação do sistema da progressão continuada que não prevê a reprovação do aluno
ao final da série ou ano letivo, teve como intenção combater os problemas da
repetência e da evasão escolar, contribuindo para a melhoria da qualidade de
ensino público; a qual não aconteceu.
Esse sistema motivou uma
grande parte dos alunos a não terem motivação para estudar, tendo em vista que
não há mais repetição. Consequentemente o rendimento escolar caiu, fazendo com
que os alunos saíssem das escolas sem preparos culturais e muitas vezes
analfabetos funcionais.
Com uma massa de alunos sem
preparo para os vestibulares, surgiu, então, a nova ação mal pensada com a
criação das cotas nas universidades federais, onde alunos de escolas públicas
terão o direito de 25% das vagas. Além dos alunos de rede pública, negros,
pardos e índios terão o direito também de 25% das vagas; totalizando 50% das
vagas.
Se as ações praticadas pelo
governo são altamente pensadas e de qualidade, por que as cotas não servem para
as instituições ITA e IME? Porque essa é uma grande prova do fracasso do
sistema da progressão continuada que gerou uma falha na qualidade de ensino, a
qual exigiu, em seguida, uma atitude do governo (que não reconhece a falha),
originando o sistema de cotas.
Com base nesse percurso de
falhas, o governo apenas retardou a repetência dos alunos na rede de ensino e a
evasão escolar, porque se o aluno mostrou-se sem preparo para concorrer nos
vestibulares, ele continuará sem preparo dentro das universidades com o sistema
de cotas, não conseguindo acompanhar o ensino. Portanto, teremos dois
resultados: a evasão nas faculdades, ou profissionais de má qualidade.
[Professora: Natalia Regiane Dourado Leme]
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