domingo, 27 de janeiro de 2013

A Contradição Pública


                  A aprovação do sistema de cotas para o ingresso em universidades federais tem causado grandes polêmicas, sendo três assuntos os mais especulados: o reconhecimento da péssima qualidade de ensino das escolas públicas, o preconceito e apenas as instituições ITA e IME ficarem livres das cotas.
                  Uma ação mal pensada e mal planejada pode causar uma conseqüência pior do que a suposta no início. A criação do sistema da progressão continuada que não prevê a reprovação do aluno ao final da série ou ano letivo, teve como intenção combater os problemas da repetência e da evasão escolar, contribuindo para a melhoria da qualidade de ensino público; a qual não aconteceu.
                  Esse sistema motivou uma grande parte dos alunos a não terem motivação para estudar, tendo em vista que não há mais repetição. Consequentemente o rendimento escolar caiu, fazendo com que os alunos saíssem das escolas sem preparos culturais e muitas vezes analfabetos funcionais.
                  Com uma massa de alunos sem preparo para os vestibulares, surgiu, então, a nova ação mal pensada com a criação das cotas nas universidades federais, onde alunos de escolas públicas terão o direito de 25% das vagas. Além dos alunos de rede pública, negros, pardos e índios terão o direito também de 25% das vagas; totalizando 50% das vagas.
                  Se as ações praticadas pelo governo são altamente pensadas e de qualidade, por que as cotas não servem para as instituições ITA e IME? Porque essa é uma grande prova do fracasso do sistema da progressão continuada que gerou uma falha na qualidade de ensino, a qual exigiu, em seguida, uma atitude do governo (que não reconhece a falha), originando o sistema de cotas.
                  Com base nesse percurso de falhas, o governo apenas retardou a repetência dos alunos na rede de ensino e a evasão escolar, porque se o aluno mostrou-se sem preparo para concorrer nos vestibulares, ele continuará sem preparo dentro das universidades com o sistema de cotas, não conseguindo acompanhar o ensino. Portanto, teremos dois resultados: a evasão nas faculdades, ou profissionais de má qualidade.
[Professora: Natalia Regiane Dourado Leme]